Apagando as Luzes…

E 2009 se foi, as luzes vão se apagando, nas cidades o trânsito finalmente dá uma trégua, boa parte do comércio atrelado ao trabalho está fechado, na contramão dessa paz na Paulicéia, os locais de veraneio apinhados de gente testemunham que o ano acabou.

Dentro de algumas dezenas de horas, o ano deixará de ser o recinto no qual habitamos para tornar-se apenas história.

É nessa época que surgem aqueles planos, expectativas, aquele desejo de que tudo seja diferente, de felicidade eterna, entre tantas outras bobagens que se vão quando se sobe a serra, quando o trem de pouso toca a pista na volta, quando a árvore é desmontada em 6 de janeiro.

Por um tempo eu pensei assim, nessa época eu tinha um livrinho onde colocava as metas para o ano seguinte por áreas da minha vida, pensava como queria estar no final de dezembro do ano seguinte, e confesso que aquilo só servia para me deixar triste quando com o passar do tempo, as coisas simplesmente não “aconteciam”.

Ter metas é absolutamente necessário, contudo temos que estar cientes de nossa pequenez, humildemente reconhecer que somos frágeis e encarar a vida de outra forma.

E se ao invés lançarmos metas inexeqüíveis, lutar por projetos, sonhos expectativas, começássemos mudando a nós mesmos? E se ao invés de pensar em dezembro de 2010, pensássemos como queremos estar quando reclinarmos nossa cabeça no travesseiro mais uma vez? E se tivéssemos os sentimentos que afloram na noite de 31 de Dezembro em todas as noites do ano?

Só com essa mudança interna, o externo mudaria, as conquistas seriam naturais, as batalhas diárias mais leves, porque saberíamos que a grande maioria delas é tão somente lutar contra o vento, daríamos valor ao que realmente importa.

Agindo assim a vida mudaria, não seria necessário esperar o próximo 31 de Dezembro para ansiar pela mudança, ela ocorreria a cada dia do ano que corre.

O apagar das luzes seria para cada um, algo especial, algo como tirar a rodinha lateral da bicicleta, onde o passado era incrível, o presente um desafio prazeroso e o futuro, haaa o futuro, algo que não está dentro dos padrões que nossa mente pode prever.

Um grande amigo diria, pense nisso.

Deixo um abraço especial a cada um, com o sincero desejo de um novo raiar do sol…

Bruno Padilha

~ por brunopadilha em dezembro 29, 2009.

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